sábado, 1 de dezembro de 2012

Tempos Modernos

É inquestionável a genialidade de Charles Chaplin no filme Tempos Modernos – e em muitos outros – de 1936, recomendo . Quando o assisti mais uma, das dezenas de vezes, me ocorreu o seguinte: aquele automatismo do personagem quando começa a trabalhar é exatamente o que sentia em relação a minha vida, uma espécie de piloto automático, executando tarefas porque precisam ser executadas, vivendo uma vida completamente infeliz porque “deveria” ser assim, etc.











É seguro e cômodo ter uma rotina, saber o que vai ter no café da manhã, entrar no carro ou ônibus pontualmente todos os dias, cumprimentar as mesmas pessoas da mesma forma, entrar no ambiente de trabalho e se deparar com a mesma imagem: sua mesa cheia de papéis, uma foto de alguém especial – se esse alguém existir, respirar fundo e sussurrar o mantra “mais um dia fazendo as mesmas coisas”, ajustar a altura da cadeira mais uma vez, e pronto, ligar o piloto automático, sair às 18h e ir pra casa mentir pra si mesmo: “fiz tanta coisa hoje!”. 


O que você realmente fez? Riu das mesmas piadas, despachou seu pensamento para uma ilha paradisíaca no pacífico, enquanto tomava um cafezinho com aquelas pessoas que você finge suportar e sonhou com a vida que ainda não tem coragem de viver, afirmando: é só um plano pro futuro.

Hoje resolvi desligar o piloto automático, escolhi viver. Viver intensamente cada segundo, olhar para o céu e reparar o tom do azul, ouvir a melodia da vida, sentir o perfuma da flor. Mais um dia diferente daqueles que foram ficando pra trás, desde janeiro de 2012. Conhecendo pessoas – maravilhosas – novas, lugares novos, me arrumando para sair, enfrentando pela primeira ou milésima vez uma multidão, desafiando meus demônios. Posso afirmar, estou muito feliz hoje, mais feliz do que jamais estive em toda minha história até aqui.

E amanhã tenho certeza, meu dia será muito diferente desse que acaba de ficar pra trás...
 



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