domingo, 10 de fevereiro de 2013

Guerreira de aura boa

Ela tem algumas das características que admiro em uma pessoa, é corajosa, destemida, inteligente, autêntica, batalhadora, e tem a feminilidade natural intrínseca, tão evidente quanto a da maioria das mulheres. Ouvi com atenção a história de vida dela, dramática, perturbadora, visceral e completamente diferente daquelas que li e ouvi, com detalhes que fariam qualquer uma enlouquecer, qualquer uma, menos ela!

Enfrentou as mais ferozes situações, as quais tenho pavor só de pensar. Nem a voz gutural assustadora, vinda das profundezas da sociedade fez, primeiro ela, depois Eu, sequer, pensar em abrir mão de nossa felicidade. Mãos que já se encontraram e que cruzarão oceanos, para do outro lado do mundo, enfrentar a última batalha de nossas velhas vidas.

A vida é um campo de guerra, ambiente hostil, para nós, ainda mais perigoso que o normal. Se você conhece a ti mesmo e ao teu inimigo não temerás o resultado de cem batalhas[1]. Ela foi em frente com sabedoria e enfrentou destemida e de forma heróica os combates homéricos resultantes de suas escolhas. Venceu com a segurança surpreendente que sua presença transmite.

Ainda não faz um ano, nos encontramos pela primeira vez, e também a última que me via in natura. Vivemos pouquíssimas experiências juntas, e quando Eu estava com medo de enfrentar o mundo, na primeira vez que saímos, ela segurou minha mão, me passou uma segurança enorme, experiência de quem já viveu infinitas vezes a mesma situação em que me encontrava. Me fascina a coragem que ela tem, daquela silhueta frágil de repente surge uma fortaleza, capaz de deter o mais poderoso dos inimigos. Nas grandes batalhas da vida, o primeiro passo para a vitória é o desejo de vencer[2].

Ouvi de sua boca uma frase que me marcou e como uma cicatriz jamais se apagou do meu corpo, isso (usar roupas femininas e sair da zona de conforto para olhar o mundo de frente) vai ficando cada vez mais frequente, e então, você nem se dará conta de que ficou tão natural, que vai acabar não se lembrando mais como era se vestir de menino. Sabedoria de quem viveu essa experiência e conquistou mais uma trincheira para vencer a contraditória força da natureza humana.

Queremos nos soltar, viver nossas rebeldias, rir do destino e redesenhar nossas histórias[3]. Quando nossas histórias se encontraram, primeiro em um email, depois em um telefonema e por fim na presença de nossas personalidades opostas, não hesitei em comemorar, ganhei uma amiga, alguém que quero muito bem, uma menina doce e sonhadora, guerreira de aura boa.

* para minha amiga Dani Sena
[1] Sun Tzu
[2] Mahatma Gandhi
[3] Alonso Piccoli

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigada pela visita.